TBT: Gilberto Gil transborda emoção no Queremos! Festival 2022

Em maio deste ano, a Marina da Glória, no Rio de Janeiro, teve a honra de receber um dos artistas mais importantes da Música Popular Brasileira. Prestes a completar 80 anos, Gilberto Gil celebra sua carreira na nova turnê, que deixou sua marca no Queremos! Festival 2022. O compositor é o representante máximo da nossa cultura e demonstrou toda a sua vitalidade, com a guitarra em riste e soltando a voz ao lado de sua neta, Flor Demasi.

Confira a resenha completa do Queremos! Festival 2022

Abrindo com “Tempo Rei”, seguida de “A Novidade”, Gil reflete sobre sua própria finitude, seu papel como patriarca da família e como futuro ancestral. Perfilando sucessos e levando em conta o momento difícil pelo qual o nosso país vive, o artista compartilha sua emoção na faixa “Não chore mais”, versão para o clássico “No woman, no cry”, de Bob Marley.

Sentimos a esperança pulsar em cada nota grave que ecoava pelo amplo espaço. A reflexão nos leva a pensar na sorte que é termos Gil em nossas vidas. O cantor brilha como uma entidade e, como o mesmo reflete, nos convida a pensar sobre o quanto a cultura é ordinária. Ou seja, ela é tão fundamental quanto comer ou matar a sede.

É preciso pensar este acesso às artes como amplo e irrestrito no Brasil. Gil sempre enxergou essa necessidade, sonhou e buscou realizar. Ele levou o público à catarse e ainda refletiu sobre a importância do retorno da Ministério da Cultura.

No show, o artista mostrou fortemente suas influências do Reggae e do Baião, reverenciando Luiz Gonzaga a todo instante e antecipando o período de festas juninas. Foi uma verdadeira celebração, mas, com tanta coisa difícil que vivemos hoje no Brasil, preciso confessar que, queria eu, humilde editor do portal Música Brasileira Viva, ter a oportunidade de falar com o ídolo. Se pudesse, parefrasearia Belchior, afirmando: “Gil, o tempo andou mexendo com a gente, sim“.

Já veterano na nossa música, o artista nunca esteve tanto em evidência: Por esses dias, a plataforma Google Arts & Culture lançou uma página dedicada a ele, com 40 mil imagens, 140 vídeos e um álbum perdido, gravado originalmente nos Estados Unidos, em 1982, e recuperado recentemente pelos pesquisadores Ricardo Schott e Chris Fuscaldo. A novidade pode ser ouvida online.

“Eu já tive o ímpeto e a curiosidade de voltar a esse álbum e, eventualmente, me reconciliar com ele e lançá-lo, mas aí o disco sumiu. Agora apareceu!”, surpreendeu-se Gil com a notícia do resgate do álbum que ele mesmo cancelou.

Em alta, o cantor e compositor ainda ganhou uma série documental, mostrando os bastidores do show “Gilberto Gil – In Concert”, com participação da família. A série produzida em parceria com a Amazon Prime Vídeo entrará em cartaz ainda este mês, sob o título “Em Casa com os Gil”.

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