Reação clama por fé e resiliência na nova música ‘Erga-se’; OUÇA

Erga-se é um reggae roots cadenciado, amparado por melodias que crescem entre as linhas vocais e riffs de guitarra pulsantes

A Reação segue em caminho do lançamento do segundo disco da carreira com mais um single. Erga-se, com mensagem sobre superação e ter fé e resiliência para enfrentar distintas situações da vida, é a quarta música do citado – e aguardado novo – disco, que sai nos próximos meses pelo selo Toca Discos.

O single, assim como os demais ‘Negro de União dos Palmares’, ‘Senhor do Som e ‘Sua Via’, foi produzido por Felipe Rodarte no conceituado estúdio Toca do Bandido. Ouça a nova música da Reação aqui, que chegou ao streaming no dia 1º de Maio, não à toa – Erga-Se dialoga com a luta do brasileiro para trabalhar pela sua diginidade: https://links.altafonte.com/e0pdape.

Erga-se é um reggae roots cadenciado, amparado por melodias que crescem entre as linhas vocais, riffs de guitarra pulsantes, percussões e teclados, criando uma atmosfera reflexiva e, ao mesmo tempo, positiva.Nesta canção, o chamamento é claro: erga-se, não desista da luta e enfrente o que estiver diante de você sempre com resiliência e fé, que como destaca a Reação neste single, são sentimentos e provimentos que sustentam o homem seja nos momentos difíceis como nos de plenitude.

E é, sobretudo, sobre a força interior, de busca em si mesmo o poder da transformação.Existe uma curiosidade que envolve ‘Erga-se’. Trata-se da primeira música escrita pela Reação, há mais de 20 anos, logo após alguns dos integrantes da formação original terem saído de outra banda de reggae do Sergipe, a Utilidade Pública.

“Fizemos essa música pensando que ela seria um importante ponto de partida do que queríamos transmitir daquele momento em diante como a banda Reação”, revela o guitarrista e vocalista Junior Moziah.A música, completa Junior, é inspirada também na luta do povo negro e na luta do povo brasileiro na busca por objetivos. “É sobre o homem que aguenta as pancadas para mostrar a si mesmo que a luta vale a pena, independente da vitória ou não. É combater um bom combate, ter fé”.
A histórica banda Reação

Reação completa 21 anos de resistência e atividade musical neste mês de novembro de 2021. Mais do que um conjunto musical, é uma entidade do reggae roots, uma energia que pulsa por união e respeito de todos os povos.

Os caminhos que levaram a Reação à Toca do Bandido junto à Rodarte passam por personalidades de renome na música brasileira, como Marcelo Falcão e Julico (The Baggios), com quem o produtor também trabalha há anos.

“Lá atrás já tinha ouvido falar do Reação, cujo nome foi exaltado aqui na Toca pelo Julico durante a produção do terceiro disco da Baggios, o Brutown. Em 2018, o Falcão também mencionou o Reação, apontando-a como a ‘melhor banda de reggae roots do Brasil’”. O convite para trazê-los ao Rio de Janeiro foi natural, lembra Rodarte. “Literalmente eles pegaram um ônibus em Aracaju e desembarcaram aqui. Foi um processo de muita energia, tudo gravado em exatos seis dias”. Reação é uma banda na ativa desde 20 de novembro de 2000 que emana poder, uma banda que naturalmente – por meio das composições estridentes – clama por ser divulgada e clama por mais reconhecimento na música brasileira.

O conjunto sergipano é, mais do que tudo, resistência e luta por uma sociedade mais adepta ao amor e igualdade.Eles levam às músicas o sofrimento e as múltiplas vivências da comunidade onde vivem hoje, conhecido como Morro da Reação – antes Morro do Cruzeiro – em Aracaju (Sergipe). As letras trazem reflexões sobre a comunidade e buscam tanto representá-las como apresentá-las ao mundo.

“As pessoas têm orgulho do que fizemos e o que fazemos na comunidade”, ressalta a banda. Ali, na periferia de Aracaju, o Reação transformou vidas por meio do reggae – ‘música para transformar o ser humano’, este é o mantra que fortalece a banda, seja na frente social ou cultural. “Serve para lembrar do Deus que habita em nós”, completam.

Tudo começou em um vão de 4 por 4 metros e que com o passar dos anos se tornou um ponto de cultura no morro, um local em que a Reação ensaiava, proliferada a filosofia do reggae e engajar jovens a se envolverem com a música enquanto um guia espiritual e educativo para o futuro. Dali o Reação ganhou as ruas de Aracaju, agitou shows pela cidade e extrapolou fronteiras – inclusive do Sergipe, sendo hoje uma banda que rodou diversos estados brasileiros.

O primeiro disco veio apenas em 2008: Na Força da Fé, com quinze músicas.Durante estes anos, a Reação provou de encontros cruciais para reafirmar sua missão no reggae, como a conversa com Marcelo Yuka em 2003, em Recife, durante Bienal da UNE, cujo incentivo é sentido até os dias de hoje pela banda. “Ele nos viu tocando e foi impactado, pediu ‘nunca mudem’, é algo que estamos digerindo até hoje”, lembra Junior.

Tiveram também encontros com Falcão em 2009, que mais tarde seria a ponte com Felipe Rodarte (Toca do Bandido) e a inusitada performance de Junior em 2018 com Tony Garrido e toda a Cidade Negra, durante um show da banda em Aracaju. Na ocasião, o vocalista do Reação subiu ao palco em duas oportunidades, muito devido ao carisma da plateia que fez Garrido convocá-lo a subir e cantar juntos. “Alinhado com Jah, tudo flui”, destaca Junior.A Reação hoje é Junior Moziah (guitarra e voz), André Levi (voz), Ras Lau (baixo), Chico Ras (percussão), Adriano (teclado), Yuri (guitarra), Jil (guitarra), Pedrão (percussão) e Wipsom (bateria).

1 comentário

  1. Eu vi a Reação nascer de um projeto social desenvolvido por uma negrong, uma ONG que pautou por duas décadas a questão racial aqui em Sergipe. Nos dá orgulho acompanhar a qualidade do reggae da Reação, com muita consciência e poesia. Parabéns galera da Banda Reação.

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